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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Corpo da segunda vítima do parque da morte será sepultado nesta quarta

Rio - O corpo do jovem Victor Alcântara de Oliveira, de 16 anos, a segunda vítima do acidente com o brinquedo 'Tufão', no Parque Glória Center, ocorrido na madrugada de domingo, será sepultado nesta quarta-feira, às 16h, no Cemitério do Caju, na Zona Portuária do Rio.


Victor morreu na tarde desta terça-feira, vítima de traumatismo craniano, após ser atingido pelo carrinho do brinquedo que se soltou e o atingiu na cabeça. Cerca de 100 pessoas, entre parentes e amigos, prestaram uma homenagem ao jovem na madrugada desta quarta-feira. O evento foi promovido em uma praça da comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste, onde a vítima morava.

| Foto: Severino Silva / Agência O Dia|
Dona do parque ofereu R$ 500 para mãe de vítima
"Meu filho morreu no parque e ela, a dona Glória, me ofereceu R$ 500 para eu deixar isso pra lá". O desabafo emocionado é da feirante Rose Mary, mãe de Robson da Costa, de 14 anos, morto no brinquedo La Bamba, do Glória Center Parque de Diversões, em 2006. O local é o mesmo onde, na madrugada deste domingo, morreu Alessandra Aguilar, de 17 anos, e Vitor Alcântara Oliveira, de 16 anos. Itinerante, o parque começou sua trajetória de fazer vítimas quando foi instalado na Abolição, na Zona Norte.

O adolescente foi ao parque ajudar a mãe, que trabalhava numa barraca de tira-gostos na festa onde o parque funcionava. "Tenho doença nas pernas e ele foi servir o que eu fazia. No último dia, ele me pediu para ir brincar. Neguei, mas ele insistiu e acabou indo com outras crianças, sem que eu visse. Pouco tempo depois, uma das crianças voltou e eu senti que era algo com meu filho. Mesmo doente, corri, desesperada", lembra.
O garoto, de acordo com a mãe, despencou do brinquedo e bateu com a cabeça. Sem socorro do parque ou dos organizadores da festa, Rose Mary o levou para o Hospital Salgado Filho com a ajuda de outros frequentadores do local. "Lá, fiseram um raio-X dele e o liberaram. Mas, no dia seguinte, ele começou a ter convulções e já chegou no Hospital Carlos Chagas em coma, morrendo em seguida", explica.

Rose Mary abriu um processo contra o Estado e o Hospital Salgado Filho pela negligência, mas o inquérito que apurava a morte de Robson foi arquivado em 2009. Ela conta que, após receber a proposta dos R$ 500 para esquecer a morte do filho, decidiu lutar por justiça. "No entanto, analfabeta, passando fome e com muitos filhos para criar (são 8), acabei aceitando um acordo, para receber R$ 10 mil em prestações", lamenta.

A mãe do menino conta ainda que Maria da Glória tentou fugir para não pagar o valor acordado. Ela pede que, dessa vez, a polícia e as autoridades tomem uma providência, para que ela nunca mais monte o Parque da Morte. "Ela vai continuar fazendo isso, mentindo e fugindo. Ela é 171, safada. Na época, disse que o brinquedo não era dela, mas emprestado. Se a polícia tivesse investigado o crime que foi a morte do meu filho na época, talvez a menina (Alessandra) ainda estivesse viva", completa a mãe.

Parque operou ao lado da Prefeitura

O descaso com a segurança nos parques de diversões do Rio tem encontrado respaldo na negligência da Prefeitura do Rio. Desde 1º julho, o Parque Playmil, vizinho da sede do governo municipal, na Cidade Nova, funcionava clandestinamente. Mas a falta de alvará não impediu que permanecesse em atividade por 45 dias e até recebesse crianças de creches municipais. As atrações também apresentavam risco para os frequentadores.

A pedido de O DIA, o engenheiro Jaques Sherique, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) inspecionou segunda-feira o Playmil e encontrou irregularidades: “Brinquedos sem a fixação ideal, com má conservação, fios desencapados pelo chão e isolados com saco plástico. Se chover, a área ficará em condição de choque elétrico elevado, podendo até matar uma criança”.

Veja a reportagem: O dia online

Fonte: http://odia.terra.com.br/

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